Oficina “A alma do quintal: moradores, ancestrais, rituais e enraizamentos”

Oficina “A alma do quintal: moradores, ancestrais, rituais e enraizamentos” 2

Oficina “A alma do quintal: moradores, ancestrais, rituais e enraizamentos”

A oficina ocorreu no dia 19/maio, das 14h às 18h, de maneira presencial e virtual (haverá transmissão simultânea) na Unidade Sesc Madureira.

Os quintais são lugares relativamente cotidianos no Brasil. É provável que, caso se pergunte, qualquer pessoa saiba minimamente o que vem a ser um quintal. Se fecharmos os olhos e tentarmos visualizar o que vem à mente quando o imaginamos, talvez haja muitas variações. Quem sabe um lugar amplo, ao redor da casa, com plantas e árvores; talvez com terra, uma horta; um varal, animais e crianças correndo. É bem possível que um ou mais desses elementos lhe ocorra se você tentar imaginar um quintal, mas eles nem sempre são assim. Estes não são nem de longe os únicos elementos que se apresentam ali, e nem mesmo são elementos necessários à sua existência, apesar de serem fáceis de encontrar.

Indo mais além, se olharmos os quintais das famílias que conhecemos, podemos ver que ao longo do tempo, através das gerações, eles sofrem diversas alterações. É comum que sejam reduzidos gradualmente para que sejam construídas novas casas, quartos e outras instalações. Esse aspecto diverso do quintal é algo que só aumenta sua riqueza, pois nele ficam incrustadas as marcas que cada geração, que cada casa e seus moradores deixam.

Mas seus moradores nem sempre são seres humanos, nem todos são seres viventes. São lugares dotados de uma complexa ecologia e de uma profunda marca de ancestralidade. Por isso, ao observar um quintal, precisamos ver além da superfície e também além do visível. É necessário ler as camadas sobrepostas, feitas de natureza, construções, lembranças e histórias; é necessário ir além do humano e falar dos costumes, dos ritos, das coisas, das plantas, dos animais e também das almas, dos ancestrais.

Por meio das memórias ancestrais transmitidas de uma geração para a outra, muitos grupos humanos foram além de resistir: eles existiram e existem, trazendo consigo hábitos que fazem parte de culturas diversas, que podem ter sido transmitidos conscientemente através de, por exemplo, ritos e práticas ligadas à religiosidade; ou podem ter feito parte de um arcabouço cultural naturalizado e secularizado o suficiente para ser reproduzido até os dias de hoje cotidianamente sem que se indague o porquê. Mas a antropologia, a história e a arqueologia apontam que muitos desses hábitos, para muitos de nós tão naturais, podem ter vindo de culturas ancestrais africanas e afroamericanas que se fizeram parte do nosso universo, do nosso fazer, cuidar, comer, criar, dos nossos modos de fazer famílias, afetos, amigos, do nosso viver.

Por meio da oficina “A alma do quintal: moradores, ancestrais, rituais e enraizamentos”! os participantes puderam conhecer mais sobre nossos quintais e sobre as marcas que a ancestralidade constrói em nós. Discutimos essa espacialidade e aprendemos com ela através das histórias de moradores de quintais de um bairro da cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, refletindo sobre aspectos religiosos e seculares a partir do pensamento pós-colonial, da antropologia ecológica e observando algumas contribuições da filosofia da ancestralidade.

A oficina ocorreuno dia 19/maio, das 14h às 18h, de maneira presencial e virtual (haverá transmissão simultânea) na Unidade Sesc Madureira.
Atividade gratuita

Confira toda a programação que aconteceu em maio do Projeto Consciências

 

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