Cultivando sonhos
“O prazer do aprender, do conhecer e do entender é uma das primeiras sensações fundamentais que toda criança espera da experiência que enfrenta sozinha, com colegas ou com adultos.”
Loris Malaguzzi
Por Cláudia Tona
Nossa escola, feita de sonhos e de muito esperançar, é traçada em todas as cores, pelas infâncias que – livres – nela transitam.
O ano de 2022 começou com um aperto no peito, tanto por apreensões absolutamente normais, no pós-pandemia, quanto pela alegria de retomar a convivência com as crianças e suas famílias e com nossa tão potente equipe de educadores e educadoras. Cada professora e cada professor, merendeira e “limpadeira”, como disse certa vez uma pequena, merece nossas intensas manifestações de gratidão e reconhecimento.
Fomos chegando devagar, recebendo as crianças e suas famílias de forma gradativa e, hoje, ao olharmos para trás, a surpresa nos invade. Quantas descobertas, quanto encantamento em cada imagem selecionada para os portfólios! Quanta vida!
As turmas, como sempre, foram se identificando, se apropriando dos espaços, ocupando cada pedacinho de nossos corações. Cada uma delas foi batizada por meio de eleições de nomes sugeridos pelas crianças: Capoeira, Animais, Praia, Rock and Roll e Natureza. Não apenas salas de referência, cada turma tornou-se um novo ser.
E assim, nossa história é contada. As nove horas que passamos diariamente em comunidade, brincando, cuidando, educando, alimentando, dialogando, refletindo, pesquisando e transformando, estão reunidas para quem quiser fruir um pouquinho de nossa rotina cativante, como dizem as palavras grávidas de mundo* de Bell Hooks em seu livro Ensinando Comunidade, “como educadores democráticos, temos de trabalhar para encontrar maneiras de ensinar e compartilhar conhecimento de modo a não reforçar estruturas existentes de dominação”. (hooks, 2021).
*Palavras que têm o dom de gerar mundos, de pronunciar novas realidades, segundo Paulo Freire.
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