Roda de conversa “Ciência e Tecnologia: você está tão distante da natureza quanto imagina?”

Ciência e Tecnologia: você está tão distante da natureza quanto imagina?

Por Bernardo de La Vega Vinolo

Inicialmente, nos primórdios da espécie humana, que remonta há aproximadamente 300 mil anos, os seres humanos se desenvolveram como caçadores e coletores. A sobrevivência dependia de conhecimentos íntimos da natureza, tais como: disposição dos alimentos e condições ambientais, como períodos de seca e chuva. Nossas crenças, mitos, vivências e histórias começaram a se desenvolver a partir de elementos naturais, ainda fortemente representados em culturas como as indígenas e as africanas.

A Revolução Agrícola, por volta de 70 mil anos, mudou nossa relação com o meio à medida que permitiu a modificação do solo. Desde então, o plantio de monoculturas vem substituindo a diversidade abundante das florestas e muitas espécies animais passaram pelo processo de domesticação. Com a Revolução Científica e Tecnológica, retomamos nosso olhar de curiosidade sobre a natureza, desenvolvendo as Ciências Naturais. Por outro lado, alcançamos tecnologias com a capacidade para destruição em massa do planeta, tal como a bomba atômica.

E nos dias atuais, como estão se comportando as sociedades contemporâneas perante a natureza? Nascidos em um cenário de mudanças climáticas e desastres naturais cada vez mais expressivos, estariam as novas gerações em busca de reconexão com o meio natural, como nossos ancestrais?

Atualmente, processos e modelos naturais têm inspirado áreas científicas, tecnológicas e de desenvolvimento como a Biomimética, a Biofilia, a Bioeconomia, dentre outras. Todas têm em comum a reconexão, a observação e a emulação de um processo ou matéria-prima a partir da natureza. Para que os resultados dessa reconexão sejam alcançados, seguem-se três princípios básicos: a otimização, os ciclos naturais e a interdependência das espécies. A otimização reflete uma natureza que evita desperdício e segue o caminho da maior produção a partir do menor gasto energético. Os ciclos naturais indicam que nada no meio ambiente é perdido, tudo se transforma e é reutilizado. A interdependência das espécies com o meio, e vice-e-versa, nos mostra uma natureza onde não existem pontas soltas, onde todos os seres fazem parte de uma cadeia intrincada e complexa. Independente da questão que procuramos solucionar, se nos perguntarmos como a natureza resolveria tal problema, é bem possível que encontremos a resposta à nossa disposição dentre os bilhões de anos de desenvolvimento e evolução do nosso planeta.

Neste contexto, na roda de conversa “Ciência e Tecnologia: você está tão distante da natureza quanto imagina?” foi debatida a relação entre o ser humano e a natureza através de reflexões sobre o passado, presente e futuro. No outro encontro falamos sobre conceitos de Biomimética e Biofilia, dois ramos que emulam a natureza principalmente nas áreas da engenharia, design e arquitetura.

A atividade presencial ocorreu na Unidade Sesc Madureira nos dias 03/05 e 05/05, às 14h.

 

Sesc RJ convida para roda de conversa sobre a relação entre o ser humano e a natureza

Roda de conversa realizada no dia 03/05 no Sesc Madureira

Roda de conversa sobre relação homem-natureza a partir da biotecnologia e biomimética com as crianças do Sesc+ Infância e
alunos-professores da Escola José Acioli.
Mediação das pesquisadoras Ana Luiza da Fiocruz e Juliana Kirchmeyer da UFRJ.

 


 

Ana Luiza Anes Pimenta
Doutora pela UFRJ, especialista em Entomologia. Atua na modernização, sustentabilidade e manutenção da Coleção Entomológica da Fiocruz.

Juliana Kirchmeyer Pires
Doutora pelo Museu Nacional/UFRJ, especialista em Anfíbios. Atua como pesquisadora e coordenadora do Projeto de Divulgação Científica do Laboratório de Anfíbios e Répteis da UFRJ.

Bernardo de La Vega Vinolo
Analista de Arte, Ciência e Tecnologia do Sesc RJ

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